quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

VARIAÇÕES DAS VOZES NO BARROCO

Vozes Femininas
- Soprano: Voz mais aguda. Muitas óperas tem o nome da própria soprano como título. (Ex.: Madame Butterfly)
- Mezzo-Soprano: É como uma soprano, mas possui um tom de voz levemente mais grave do que a soprano. Geralmente ocupa papéis secundários, como irmã, amiga, ou às vezes até inimiga ou rival da soprano.
- Contralto: Voz feminina mais grave da ópera. Geralmente ocupam papéis de mulheres mais velhas, porque exigem maior imponência.
Vozes Masculinas
- Tenor: É a voz mais aguda. Os papéis de maior importância são sempre destinados a eles, que em conjunto com as sopranos, formam os protagonistas da história.
- Barítono: Voz intermediária entre o tenor e o baixo. Os barítonos são, na maioria das vezes, os vilões da história e sempre disputam a amada com o Tenor.
- Baixo: Voz mais grave da ópera. Os papéis que geralmente os são dados são os de pai, nobre e general, pois transmitem muito peso.
CONSIDERAÇOES FINAIS DOS GÊNEROS VOCAIS
Os séculos 17 e 18 da história humana são caracterizados pelas grandes disputas nos mares entre Inglaterra, Espanha e Holanda, por causa das colônias americanas e africanas, e pelas guerras religiosas entre católicos e protestantes na Europa. Na política a burguesia apóia os monarcas contra os senhores feudais. Nas ciências (medicina, astronomia, química etc.) e na filosofia há um contínuo desenvolvimento pela pesquisa: a razão passa a ser a primeira condição para a felicidade do ser humano (mais tarde esta maneira de pensar desembocaria no Iluminismo). Os artistas refletiram, então, esta expansão, intensidade, contradição, exuberância e diversidade culturais, buscando expressar toda a infinitude do universo, a transitoriedade do tempo e as contradições de visão de mundo. A palavra barroco vem da língua portuguesa e significa "pérola irregular". Foi adotada internacionalmente para caracterizar um estilo sutil, ornamentado e pomposo nas Artes Plásticas, na Arquitetura e na Literatura dos séculos 16 a 17. Na música, começa em fins do século 16 e vai até meados do século 18. Na época era um termo pejorativo e tinha a conotação de grotesco. Os historiadores da Arte, a partir do século 19, recuperaram-no com um significado mais conceituado.

GÊNEROS VOCAIS DO BARROCO: CANTO, ÓPERA E VOZ

PANORAMA HISTÓRICO DA ÓPERA

Nos tempos medievais, o acompanhamento musical fazia parte de todas as peças teatrais, e também era usado pelos trovadores como um arranjo para suas óperas pastoris, dentre as quais podemos destacar "Le Jeu de Robin et de Marion"  de Adam de la Halle. Mas a forma da ópera que se desenvolveu e se transformou no drama musical de nossos dias, surgiu em Florença no final do Renascimento, devido aos esforços de um grupo de nobres florentinos conhecidos como a "Camerata". A primeira obra, entitulada "Dafne",de Peri e Rinuccini, foi composta em 1594.

           Caccini contribuiu também com alguns números musicais para essa obra, e no mesmo ano arranjou todo o libreto para uma partitura própria. Mas como "Dafne" foi perdida, na realidade a primeira ópera foi "Eurídice", escrita pelos mesmos compositores para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600. O principio fundamental sobre o qual foi escrita esta ópera era que o desenrolar dramático e a interpretação tiveram o mesmo tratamento de importância. Com o surgimento da ópera, a música não ficou unicamente relegada a polifonia do contraponto da escola secular, e isso revela a imediata popularidade que obteve essa nova forma. No fim do século XVII se estabeleceram diversos teatros de ópera em várias cidades da França e da Itália. Os centros de atividades no campo da ópera se concentraram em Viena e Hamburgo, sendo um dos teatros mais antigos da Alemanha o da cidade de Bayreuth, a pequena cidade que mais tarde seria famosa pela construção do teatro para as festividades dos dramas de Richard Wagner.
Na Itália, três cidades contribuíram grandemente para o desenvolvimento da ópera. Roma aperfeiçoou os Coros, Nápoles o “bel canto”, ou seja, a arte de cantar e Veneza a parte instrumental.

 A escola mais importante foi a de Veneza, onde podemos dizer que surgiu o primeiro gênio da ópera, Monteverdi (1567-1643). Monteverdi nasceu em Cremona e foi um dos primeiros membros da sociedade "Os Filarmônicos de Bologna", a qual realizou notáveis progressos na arte musical e contribuiu com o crescimento do drama lírico com suas duas óperas "Ariana" e "Orfeo". Em "Orfeo" (1607), Monteverdi escreveu o primeiro dueto. Em 1634 introduziu nos violinos da partitura de "Il Combatimento di Trancredi i Clorinda" o trêmulo para descrever a agitação durante a cena do duelo e o pizzicato para representar os golpes das espadas.

  Seu discípulo, Cavalli (1599-1676) aperfeiçoou o estilo de Monteverdi, agrupando várias vozes em duetos, tercetos e quartetos, e dando aos coros um lugar de importância secundária. Cavalli introduziu, também, os elementos cômicos. Contemporâneos de Cavalli, encontramos Carissimi (1604-1674), de Roma, que se distinguiu notavelmente nos oratórios. Seu discípulo Cesti (1620-1669), introduziu na escola veneziana o estilo do oratório de Carissimi. Só que o público já clamava pela forma implantada por Cavalli, e por isso Cesti dividiu a ópera em duas classes: A ópera séria e a ópera bufa. A ópera bufa deve distinguir-se da ópera cômica, produzida mais tarde na França, na qual o diálogo é falado. Na ópera cômica a ação não é necessariamente cômica, como podemos ver exemplos em "Les Deux Journées", "Carmen", etc. "O Barbeiro de Sevilla", de Rossini, é um exemplo de ópera bufa.

          A ópera séria se apresentava muito elaborada, apresentando várias cenas diferentes, sem se importar com o efeito dramático, e a estas cenas se somavam grandes coros sem nenhuma razão também dramática. A orquestra era meramente um acompanhamento, trazendo, por vezes, como resultado algumas situações um tanto absurdas.


         A ópera bufa era de caráter ligeiro e burlesco. Mantinha grande parte do efeito dramático, mas freqüentemente se convertia em vulgar e comum. O diálogo se mantinha por meio de recitativos, problema mais tarde resolvido com a introdução de árias, duetos e corais. Esse estilo de ópera se tornou muito popular em Nápoles, que dava aos cantores maiores oportunidades para exibir suas técnicas vocais.

          Nessas óperas sempre havia seis personagens; três de cada sexo, todos amantes. Constavam de três atos, cada um terminando com uma ária. Um mesmo personagem não podia ter duas árias sucessivas, e nenhuma dessas árias poderia ter como sucessão outra da mesma classe. As árias principais se empenhavam para terminar o primeiro e o segundo atos. O segundo e terceiro atos continham cada um pelo menos um dueto para o herói e a heroína, mas não se encontravam trios nem números concertantes.

        




terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Centro Profissional em Música Walkiria Lima

O Centro Profissional em Música Walkiria Lima é uma instituição do Estado que trabalha com a arte musical.
Direção da Escola:
Socorro Santos
Diretora Adjunta:
Sandra Meirelles
Secretária Escolar:
Neurizete Oliveira

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Instrumentos



GUITARRA BARROCA:


 

CRAVO:
Em português chama-se cravo mas é harpsichord em inglês, clavecin em francês, clavicembalo ou somente cembalo em italiano, igualmente em alemão e csembaló em húngaro.
Descende provavelmente do saltério, que por sua vez é parecido com uma harpa.
Se por um lado, na forma e até modo de utilizar o cravo apresenta fortes semelhanças com o piano, este é menor e pode ter desde um a três manuais (teclados).

É verdade que o piano (inventado no início do séc. XVIII em Itália) praticamente substituiu o cravo em termos de popularidade, principalmente a partir da segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, tendo o cravo sido muito utilizado desde o início do séc. XVI (primariamente fabricado quase em exclusivo por artesãos italianos e posteriormente também por flamengos, franceses e outros).


Apesar da grande capacidade de registração conseguida pelo cravo (mais do que uma corda para cada nota com saltadores separados de modo a serem tocadas por plectros em locais diferentes), a sua sonoridade era desfavorável para obtenção de timbres fortes e fracos (crescendos e diminuendos) ao contrário do piano.
Todos os grandes compositores barrocos tais como Scarlatti, Seixas, Händel, Bach e outros, bem como Mozart e Beethoven (estes já posteriores ao barroco) escreveram e utilizaram amplamente o cravo.

 BANDOLIN:
O bandolim moderno é um descendente do Alaúde. Os cordofones semelhantes ao Alaúde tiveram origem na Mesopotâmia cerca de 2000 a.C. Não tinham trastes e era tocados com um arco ou com algo semelhante a uma palheta. Por volta do século VII, o Oud era já popular na cultura árabe. Este instrumento chegou até aos dias de hoje quase intocado e é ainda utilizado na música popular do Médio Oriente.

A. Oud moderno B. Saz (mmb.org.gr)
No século VIII, o al L’Oud (que significa “a madeira” em Árabe) e o Saz (que significa “música” em Persa) foram introduzidos em Espanha durante a invasão Moura e terão seguido até Veneza e resto da Europa através das rotas comerciais.
Com o decorrer dos séculos o al L’Oud tornou-se no Alaúde. Foram adicionados os primeiros trastes, amarando cordas de tripa à volta do braço e passaram-se a utilizar cordas duplas, surgindo assim o primeiro Alaúde medieval no século XIII. A partir do século XV começaram-se a adicionar mais cordas até às 13 cordas no seu auge (6 duplas e 1 simples). Uma das características mais marcantes do Alaúde é o facto de ter o cravelhame inclinado quase 90º em relação ao braço.

Anjo a tocar Alaúde, da “Apresentação no Templo”, Vittore Carpaccio, 1510; Accademia, Veneza
No século XIII, o Quiterne (ou Gittern, um dos antepassado da guitarra) foi um dos primeiros descendentes do Alaúde. Era feito a partir de um único bloco de madeira, com uma rosácea a cobrir o orifício sonoro e, geralmente, com a cabeça de um animal esculpido no cravelhame. Tinha 3 ou 4 cordas duplas de tripa que eram atadas ao cavalete.

Quiterne (James Bisgood, UK 1983)

Renascença
Por volta do século XIV surge uma espécie de miniatura do alaúde chamada Mandora. Pensa-se que a Mandora terá sido criada para preencher um espaço sonoro nos ensambles de alaúdes, sendo também referida como “um Alaúde para principiantes”.

Mandora (Museum V&A, London)
Muito mais pequena que o Alaúde (cerca de metade do comprimento das cordas), a Mandora tinha 4 ou 6 cordas de tripa (simples ou duplas) e era tocada com os dedos tal como o Alaúde.
O nome Mandora deriva da palavra mandorla (que significa amêndoa em italiano) e descreve o formato do instrumento suavemente abaulado. Ligeiras variações da Mandora incluíam a Pandura assíria, a Dambura árabe, a Mandola italiana (1589) e a Mandore francesa (1585). A Mandola italiana distingue-se da Mandore francesa por ter uma afinação por quartas em vez de quintas.

Barroco
No século XVII surgiu o Mandolino, o primeiro descendente da Mandora. Também conhecido como bandolim barroco, é uma versão mais pequena da Mandora com 6 cordas duplas (afinadas por quartas na forma GBEADG) e era tocado com uma pena, palheta de madeira ou com os dedos.

A. Bandolim Barroco (Musée de la Musique, Paris) B. Bandolim Lombardo (Alex Timmerman) C. Bandolim Milanês (Alex Timmerman)
Este é o instrumento original para qual Vivaldi escreveu os seus famosos concertos. Para além de Vivaldi, também Scarlatti, Hasse, Hoffmann, Guiliani e outros escreveram peças para bandolim durante o período barroco. O Bandolim tocava juntamente com alaúdes, harpas, cravo e outros instrumentos com arco. Contrariamente ao alaúde, as composições para bandolim tinham geralmente uma única linha melódica e como esta era a mais aguda era fácil ouvir o som do bandolim.
O bandolim barroco sobreviveu até aos dias de hoje, com poucas alterações, sob a forma do Bandolim Milanês e do Bandolim Lombardo, ambos com o 6 cordas simples.
Durante o século XVIII nasceram novas variações do bandolim barroco com mais ou menos cordas, tais como o Bandolim Genovês e o Bandolim Cremonês que tiveram pouco sucesso.
Em Nápoles, por volta de 1744, surgiu o primeiro Bandolim Napolitano, revelando algumas influências do Tanbur e do Bouzuk turco. O novo tipo de bandolim era muito mais abaulado, tinha 4 cordas duplas e, como estas eram de metal, estavam presas no fundo do instrumento (de uma forma semelhante à da chitarra battente) para reduzir a tensão no cavalete. No entanto, devido à fraca qualidade das cordas metálicas, a corda mais aguda era feita de tripa. As cravelhas eram ainda feitas de madeira mas estavam colocadas de uma forma perpendicular ao cravelhame ligeiramente inclinado. A afinação era já por quintas, igual à do violino (GDAE), e este era um instrumento para ser tocado apenas com uma palheta.

Bandolim Napolitano Vinaccia 1790 (Reprodução de Alfred Woll)

Romântico
O bandolim “moderno” surgiu só por volta de 1830 com os melhoramentos na qualidade de construção das cordas. Esta foi a altura em que a família Vinaccia iria mudar o aspecto dos bandolins OU aumentar a escala até aos 17 trastes e ao utilizar cravelhas de metal.

 INSTRUMENTOS DE ARCO
O Período Barroco foi um momento que  marcou a ascenção da familia dos violinos passando então a substituir a viola da Gamba nas Orquestras.
Foi nesse mesmo período que surgiram os surgem os virtuoses do instrumento, como Giuseppe Tartini, Arcangelo Corelli, que além de instrumentistas eram compositores.
 A Viola da gamba surgiu no final da Idade Média mas foi somente no século XIII que atingiu o seu apogeu.
As violas eram conhecidas como viole tasti isso no séc.XVI.

A família da viola é dividida da seguinte forma:
pardessus viole (que é relativamente raro),soprano, contralto, tenor, baixo, violone.



  FAMILIA DO VIOLINO:

Ninguem sabe ao certo quem foi o autor do primeiro violino mas estima-se que surgiu na Itália.
Dois instrumento importantes que contribuíram para o desenvolvimento do violino foram a rabeca, pequena e com formato de pêra, e a lira da braccio. Os primeiros violinos de verdade tinham três cordas e eram frequentemente chamados de “rabeca” até que a palavra ”vyollon” fosse usada.

 Fonte:
http://www.bandolins-madeira.net/2007/11/bandolins-pelo-mundo-parte-1-as-origens/
http://brazilianguitar.net/index.php?showtopic=456
http://www.ufmg.br/online/arquivos/012846.shtml


Os violinos Amati são tocados ainda hoje, mas nem sua beleza nem a qualidade de som se equiparam às dos instrumentos construídos por outro italiano, que começou sua carreira na oficina de Amati – Antonio Stradivari, conhecido como Stradivarius. Stradivari fez um violino mais comprido, reforçou o corpo e alargou os ff (aberturas de som), enriquecendo assim o seu timbre.
Os principais compositores e violinistas do Barroco foram:
Na Itália: Biagio Marini (1597-1665), Carlo Farina (1600-1640), Giovanni Battista Vitali (1644-1692), Arrelli (1653-1713), Antonio Vivaldi (1678-1741), Giuseppe Tartini (1692-1770);
Na Alemanha: Heinrich von Biber (1644-1704), Georg Friedrich Händel (1685-1759), Johann Sebastian Bach (1685-1750).

Arte barroca - A música, a literatura, a arquitetura e pintura