GUITARRA BARROCA:
  
CRAVO:
Em português chama-se cravo mas é harpsichord em inglês, clavecin em francês, clavicembalo ou somente cembalo em italiano, igualmente em alemão e csembaló em húngaro.
Descende provavelmente do saltério, que por sua vez é parecido com uma harpa.
Se por um lado, na forma e até modo de utilizar o cravo apresenta fortes semelhanças com o piano, este é menor e pode ter desde um a três manuais (teclados).
É verdade que o
 piano (inventado no início do séc. XVIII em Itália) praticamente substituiu o 
cravo em termos de popularidade, principalmente a partir da segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, tendo o 
cravo  sido muito utilizado desde o início do séc. XVI (primariamente  fabricado quase em exclusivo por artesãos italianos e posteriormente  também por flamengos, franceses e outros). 
 
Apesar da grande capacidade de registração conseguida pelo cravo (mais do que uma corda para cada nota com saltadores separados de modo a serem tocadas por plectros em locais diferentes), a sua sonoridade era desfavorável para obtenção de timbres fortes e fracos (crescendos e diminuendos) ao contrário do piano. 

Todos os grandes compositores barrocos tais como 
Scarlatti,
 Seixas, 
Händel, 
Bach e outros
, bem como 
Mozart e 
Beethoven (estes já posteriores ao barroco) escreveram e utilizaram amplamente o cravo.
 BANDOLIN:
O bandolim moderno é um descendente do 
Alaúde. Os cordofones  semelhantes ao 
Alaúde  tiveram origem na Mesopotâmia cerca de 2000  a.C. Não tinham trastes e  era tocados com um arco ou com algo  semelhante a uma palheta. Por volta  do século VII, o 
Oud era já  popular na cultura árabe. Este  instrumento chegou até aos dias de hoje  quase intocado e é ainda  utilizado na música popular do Médio Oriente.
A. Oud moderno B. Saz (mmb.org.gr)
No século VIII, o 
al L’Oud (que significa “a madeira” em Árabe) e  o 
Saz  (que significa “música” em Persa) foram introduzidos em  Espanha  durante a invasão Moura e terão seguido até Veneza e resto da  Europa  através das rotas comerciais.
Com o decorrer dos séculos o 
al L’Oud tornou-se no 
Alaúde.   Foram adicionados os primeiros trastes, amarando cordas de tripa à   volta do braço e passaram-se a utilizar cordas duplas, surgindo assim o   primeiro 
Alaúde medieval no século XIII. A partir do século XV   começaram-se a adicionar mais cordas até às 13 cordas no seu auge (6   duplas e 1 simples). Uma das características mais marcantes do 
Alaúde é o facto de ter o cravelhame inclinado quase 90º em relação ao braço.
Anjo a tocar Alaúde, da “Apresentação no  Templo”, Vittore Carpaccio, 1510; Accademia, Veneza
No século XIII, o 
Quiterne (ou 
Gittern, um dos antepassado  da guitarra) foi um dos primeiros descendentes do 
Alaúde.  Era  feito a partir de um único bloco de madeira, com uma rosácea a  cobrir o  orifício sonoro e, geralmente, com a cabeça de um animal  esculpido no  cravelhame. Tinha 3 ou 4 cordas duplas de tripa que eram  atadas ao  cavalete.
Quiterne (James Bisgood, UK 1983)
 
Renascença
Por volta do século XIV surge uma espécie de miniatura do alaúde chamada  
Mandora. Pensa-se que a 
Mandora terá sido criada para  preencher um espaço sonoro nos ensambles de alaúdes, sendo também  referida como “um 
Alaúde para principiantes”.
Mandora (Museum V&A, London)
Muito mais pequena que o 
Alaúde (cerca de metade do comprimento  das cordas), a 
Mandora tinha 4 ou 6 cordas de tripa (simples ou  duplas) e era tocada com os dedos tal como o 
Alaúde.
O nome 
Mandora deriva da palavra 
mandorla (que significa  amêndoa em italiano) e descreve o formato do instrumento suavemente  abaulado. Ligeiras variações da 
Mandora incluíam a 
Pandura assíria, a 
Dambura árabe, a 
Mandola italiana (1589) e a 
Mandore francesa (1585). A 
Mandola italiana distingue-se da 
Mandore francesa por ter uma afinação por quartas em vez de quintas.
Barroco
No século XVII surgiu o 
Mandolino, o primeiro descendente da 
Mandora.  Também conhecido como bandolim barroco, é uma versão mais pequena da 
Mandora com 6 cordas duplas (afinadas por quartas na forma GBEADG) e era tocado  com uma pena, palheta de madeira ou com os dedos.
A. Bandolim Barroco (Musée de la Musique,  Paris) B. Bandolim Lombardo (Alex Timmerman) C. Bandolim Milanês  (Alex  Timmerman)
Este é o instrumento original para qual Vivaldi escreveu os seus  famosos  concertos. Para além de Vivaldi, também Scarlatti, Hasse,  Hoffmann,  Guiliani e outros escreveram peças para bandolim durante o  período  barroco. O Bandolim tocava juntamente com alaúdes, harpas,  cravo e  outros instrumentos com arco. Contrariamente ao alaúde, as  composições  para bandolim tinham geralmente uma única linha melódica e  como esta era  a mais aguda era fácil ouvir o som do bandolim.
O bandolim barroco sobreviveu até aos dias de hoje, com poucas   alterações, sob a forma do Bandolim Milanês e do Bandolim Lombardo,   ambos com o 6 cordas simples.
Durante o século XVIII nasceram novas variações do bandolim barroco com   mais ou menos cordas, tais como o Bandolim Genovês e o Bandolim  Cremonês  que tiveram pouco sucesso.
Em Nápoles, por volta de 1744, surgiu o primeiro Bandolim Napolitano,  revelando algumas influências do 
Tanbur e do 
Bouzuk  turco.  O novo tipo de bandolim era muito mais abaulado, tinha 4 cordas  duplas  e, como estas eram de metal, estavam presas no fundo do  instrumento (de  uma forma semelhante à da 
chitarra battente)  para reduzir a  tensão no cavalete. No entanto, devido à fraca qualidade  das cordas  metálicas, a corda mais aguda era feita de tripa. As  cravelhas eram  ainda feitas de madeira mas estavam colocadas de uma  forma perpendicular  ao cravelhame ligeiramente inclinado. A afinação  era já por quintas,  igual à do violino (GDAE), e este era um  instrumento para ser tocado  apenas com uma palheta.
Bandolim Napolitano Vinaccia 1790 (Reprodução  de Alfred Woll)
 
Romântico
O bandolim “moderno” surgiu só por volta de 1830 com os melhoramentos  na  qualidade de construção das cordas. Esta foi a altura em que  a  família Vinaccia iria mudar o aspecto dos bandolins OU aumentar a  escala  até aos 17 trastes e ao utilizar cravelhas de metal.
 INSTRUMENTOS DE ARCO
O Período Barroco foi um momento que  marcou a ascenção da familia dos violinos passando então a substituir a viola da Gamba nas Orquestras.
Foi nesse mesmo período que surgiram os 
surgem os virtuoses do instrumento, como Giuseppe Tartini, Arcangelo Corelli, que além de instrumentistas eram compositores.
 A Viola da gamba surgiu no final da Idade Média mas foi somente no século XIII que atingiu o seu apogeu.
As violas eram conhecidas como viole tasti isso no séc.XVI.
A família da viola é dividida da seguinte forma: pardessus viole (que é relativamente raro),soprano, contralto, tenor, baixo, violone.
  FAMILIA DO VIOLINO:
Ninguem sabe ao certo quem foi o autor do primeiro violino mas estima-se que surgiu na Itália.
Dois instrumento  importantes que contribuíram para o desenvolvimento do violino foram a  rabeca, pequena e com formato de pêra, e a lira da braccio.  Os primeiros violinos de verdade tinham três cordas e eram  frequentemente chamados de “rabeca” até que a palavra ”vyollon” fosse  usada.
 Fonte:
http://www.bandolins-madeira.net/2007/11/bandolins-pelo-mundo-parte-1-as-origens/
http://brazilianguitar.net/index.php?showtopic=456
http://www.ufmg.br/online/arquivos/012846.shtml
Os violinos  Amati são tocados ainda hoje, mas nem sua beleza nem a qualidade de som  se equiparam às dos instrumentos construídos por outro italiano, que  começou sua carreira na oficina de Amati – Antonio Stradivari, conhecido  como Stradivarius. Stradivari fez um violino mais comprido, reforçou o  corpo e alargou os ff (aberturas de som), enriquecendo assim o seu timbre.
Os principais compositores e violinistas do Barroco foram:
Na  Itália: Biagio Marini (1597-1665), Carlo Farina (1600-1640), Giovanni  Battista Vitali (1644-1692), Arrelli (1653-1713), Antonio  Vivaldi (1678-1741), Giuseppe Tartini (1692-1770);
Na Alemanha: Heinrich von Biber (1644-1704), Georg Friedrich Händel (1685-1759), Johann Sebastian Bach (1685-1750).